sábado, 2 de maio de 2020

A Cultura dos Corpos, o processo civilizador ou Pelados como nascemos.

Desde que ingressei na Faculdade de Educação Física, o corpo e a corporeidade humana têm feito parte de meu interesse. Como nossos corpos nos constituem e como constituímos esses corpo. Como se deu o processo civilizador de cada cultura.
Fico encantada observando as diferenças e semelhanças nas diferentes culturas.
Nessa temporada de vivência fora do Brasil e, em um momento em que a Europa (e quase o resto do mundo todo também) passa por um crise bem complicada a questão do imigrantes têm sido muito abordada pela imprensa daqui. Isso me fez atentar para quantidade de culturas diversas que temos por aqui,bem debaixo de nosso nariz.
E meus olhos e ouvidos ficam perspicazes tentando compreender as sutis diferenças entre pessoas que me parecem, ao primeiro olhar, tão iguais.
E é muito legal o que se descobre. São tantos loiros ou caucasianos diferentes, são tantos orientais diferentes, são tantos negros ou africanos diferentes, são tantos asiáticos diferentes. Tão iguais como raça humana, tão diferentes pelas características físicas e pelas culturas, tão diferentes, mesmo dentro das igualdades.
Observo as formas físicas, a cor da pele, o formato dos dentes, o tamanho e o formato da cabeça, a altura, o tamanho da bunda (sim, a bunda é um pedaço de tantas diferenças), os tipos de cabelos, a cor dos olhos.
Observo as diferenças de movimento humano, há grupos graciosos, com andar leve, macio. Há outros que possuem um ritmo, uma ginga deliciosa. Há aqueles que controlam o corpo o tempo todo, de forma  que a mim parece severa. Não se permitem rir, ou elevar nem um tiquinho a voz.
Observo as roupas, as cores, as transparências, os comprimentos, o que mostram e o que escondem.
Fico me questionando como as mulheres de burca, ou com longos vestido e saias, véus na cabeça e sobre o corpo, como aguentam o calor de quase 40 graus do verão europeu?
Me encantam os tipos de tecidos, a leveza de alguns, as cores de outros, as estampas, tudo...
Tento entender porque os homens alemães têm tantas camisas xadrezes?
Enfim essa viagem tem sido um grande laboratório de observação e acho que enquanto vou contando sobre os passeios e os estudos não conseguirei fugir dessas observações.

Teatro Olímpico Vicenza

Visitamos o Teatro Olímpico de Vicenza quando recebemos a visita de João Pomilio, meu enteado que faz teatro. Vicenza é, também, a cidade de meu professor de italiano, na Casa de Itália, em Campinas. Foi impossível de andar por lá sem pensar na saudade que ele deve sentir de sua cidade, seus costumes, suas origens,
Um dia bastante sem cor, João entediado e com aquela preguicinha após almoço.
Mas foi legal conhecer a cidade e seu teatro.
Andrea Palladio um dos maiores construtores da Renascença foi o responsável pelo projeto de construção do Teatro Olímpico de Vicenza, o primeiro teatro coberto de toda a Europa. A obra foi encomendada pela Accademia Olimpica da cidade, e sua construção teve início em 1580, sendo finalizada em 1585. No dia de sua inauguração foi apresentada a peça Édipo Rei, de Sófocles.